segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Teorema (Pier Paolo Pasoline) 1968 -Review-

Olha assisti “Teorema “assim...vidrado, o filme terminou e eu pensei caralhoooooo!
É mais um daqueles filmes em que o óbvio passa longe, mesmo para quem já está acostumado com as abstrações e a narrativa do diretor vai encontrar em “Teorema” algo diferente, que o trabalho de Pasolini é voltado para a dialética do sexo e o embate do sagrado e do profano, sim eu sei, que suas histórias apresentadas são fábulas com alegorias quase sempre políticas! Também sei. Mas qual é a mensagem do filme afinal!?
Teorema parece uma parábola da classe média, onde ficam claras as tensões entre a burguesia e o proletariado, e o desejo da transformação dos burgueses.
A trama se passa em Milão, na primavera de 1968 (???) um carteiro entrega uma mensagem  para uma família abastada, anunciando na casa a chegada de um hóspede desconhecido. O rapaz (Terence Stamp) é calado apresenta uma postura estranha apegando-se à um livro de Rimbaud. Os moradores da casa sentem-se atraídos pelo visitante, a empregada, o pai, a mãe e os dois filhos, que através do contato sexual inesperado deixam suas personalidades reprimidas virem á tona. Quando o misterioso personagem deixa à casa inicia-se o segundo movimento do filme, observamos a ruptura de toda estrutura que unia aquela família.
(CARTAZ DO FILME)
Reza a lenda que o próprio Pasolini atribuía a personagem do visitante à alegoria do próprio Messias, cujas atitudes justificam todas as ações para o desenrolar da trama (o herói clássico) e o encontro fatal com os habitantes da casa quando cada personagem nega e afirma a si próprio, desdobrando-se de sua personalidade inicial. Teorema representa a desestruturação da burguesia, o sistema da família sustentável e reprodutora em sua fase terminal.
Ainda tem quem afirme que “Teorema” é a versão profana de “O Evangelho segundo Matheus” de 1964 ( um dos filmes favoritos do Vaticano quem diria!) inclusive o carteiro que anuncia a chegada do visitante Messiânico à mansão dos burgueses chama-se Angelo!

ACHO DIGNO!!!
Tableau Vivant típicos de Pasolini.
Trilha clássica
A forma extrema com que ele trata do vazio existencial
Anne Wiazemsky no filme (logo depois de “La Chinoise” do Godard)

NÃO FOI DIGNO.
Senti falta do figurino poligonal dos filmes anteriores, juro!
(MANGANO & STAMP)

Nome: Teorema
Ano de produção: 1968
Pais: Itália
Diretor: Pier Paolo Pasolini
Elenco: Terence Stamp, Laura Betti, Andrés josé Cruz, Silvana Mangano, Anne Wiazemsky e Massimo Girotti.

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