sábado, 30 de outubro de 2010

Os sonhadores (Bernardo Bertolucci) 2003 - Review-

“Não há nada tão tentador entre o céu e a terra quanto o fruto proibido”
“Os poderosos tentam nos convencer de que as ideologias morreram com o comunismo, mas não é verdade. Sem ideologia, não há utopia. Sem utopia não existe esperança e, sem ela, não existe futuro me considero como ontem, um sonhador”
Bernardo Bertolucci.


Assim começa a polêmica fita de 2003 (a mais recente) do diretor Bernardo Bertolucci, que retoma o tema do incesto e dialoga diretamente com a alienação política estudantil de 68, de uma forma bem diferente como por exemplo à de Godard em “La Chinoise”.
Em meio aos tumultos políticos de “Dans La rue” da Paris vivendo intensamente sua primavera de 68, três estudantes se vêem atraídos por sua paixão pelo cinema...e uns pelos outros! Enquanto seus pais estão de férias, os irmãos gêmeos Theo e Isabelle, convidam o aluno de intercambio Mathew para passar uns dias com eles. Assim inicia-se uma intensa, jornada erótica regada à sexo cinema e rock`n roll.
Gosto de “Sonhadores” de sua estética, de suas possibilidades, mas defendo a idéia que é um filme fetiche, onde estão presentes todos os traços do diretor, só que ampliados com uma lupa. O próprio Bertolucci comentou certa vez “...é uma carta de amor à Paris, e ao cinema...”
As cenas de nudez e a carga erótica do filme podem incomodar no inicio mas depois, o filme se desenrola e chega uma hora que até esquecemos que eles estão nus (verdade!!!) Reza a lenda que as cenas de sexo são reais também, bom aí eu já não sei né, mas o Bertolucci tem essa fama.
A metalinguagem está presente na fita e é utilizada com maestria, durante o filme vemos cenas de filmes clássicos como, Scarface, Picolinno, Blond Venus e Queen Cristina, só para citar alguns exemplos, na trilha ouvimos, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Françoise Hardy e pasmem, Piaf.
O filme é claustrofóbico, os jovens nunca saem do apartamento, Henri Langlois e Godard encabeçando o movimento estudantil  nas portas da Cinematéque e enquanto surge a Nouvelle Vague (movimento cinematográfico contestador), Theo Mathew e Isabelle estão no presos, cada um no seu mundinho pseudo-burguês, até que a revolução invade a casa, na cena alegórica em que uma pedra é atirada na vidraça e cai no meio da sala, a gritaria dos estudantes do lado de fora é tão alta que é impossível de se ignorar.

Acho digno:
As declarações de amor à sétima arte absurdas
Lois Garrel, filho de Phillip Garrel está deslumbrante.
A direção de arte.
A cena no museu du Louvre, em que eles recriam a famosa cena de Anna Karina em “Band a part” do Godard.



Nome: Os Sonhadores
Direção: Bernardo Bertolucci
Pais: França, Itália, EUA
Ano: 2003
Duração: 115 min
Elenco: Eva Green, Louis Garrel e Michael Pitt

Um comentário:

  1. Oi tudo bem?
    gostei do seu blog e resolvi divulgar ele no meu
    será que vc pode divulgar o meu também?
    http://blogparaladys.blogspot.com/
    abraços

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